Insights
A esperança para novos tempos está na mudança que precisamos fazer
Após um ano de pandemia, nossa vida virou de cabeça para baixo e quando achamos que tudo já estava normalizando, ela foi revirada novamente. Estamos vendo — queira você ou não — um mundo totalmente diferente do que era no final de 2019.
Hoje, percebo que há dois grandes sentimentos que ecoam fortemente: a esperança e o medo. Neste texto não vou focar no medo, já que a cada momento que assistimos ou lemos os noticiários somos impactados por mais e mais notícias que o reforçam. Mas, para que fique claro, não estou negando o fato de que milhões de vidas estão em risco — fora as que já perdemos — e o impacto que a pandemia trouxe ao mercado de trabalho, diante do número de empresas que já fecharam as portas e trabalhadores que estão sem emprego. É possível considerar que o medo inspire coisas boas, entre elas, a esperança.
Por isso o foco deste texto está na esperança, tá bem?
Significado de esperança: sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa.
Como define o dicionário, esperança “é um sentimento para quem vê como possível a realização daquilo que deseja”, podendo se manifestar em inúmeros momentos do dia a dia e em ambientes muito diversos da nossa vida pessoal e profissional, como por exemplo nas horas em que precisamos tomar decisões difíceis ou com grande impacto. Mas não vamos confundir a esperança com a insistência, ou, como diz o ditado, em “dar murro em ponta de faca”. Nós devemos voltar nossos olhos e pensamentos para que a faísca da esperança combinada com a ação, seja a chave para “reabrir as portas” dos nossos negócios.
Vamos ter em mente que o dinheiro não sumiu ou deixou de circular. Ele continua pulando de mão em mão, mas para onde ele está indo mudou — nossas prioridades mudaram, certo?- e como nós chegamos até ele também. Por isso, uma das necessidades, para muitas empresas, se volta na revisão do seu modelo de negócio. No olhar para sua estrutura de custos, ao processo de produção (ou prestação de serviço) e até mesmo na relevância do próprio negócio ao empresário, mercado e comunidade. Revisar o modelo é o primeiro passo, porém, sozinho, não alcançará o máximo potencial que é possível obter.
“A outra alternativa que temos é aceitar que é preciso mudar e colocar toda a energia nisso.”
Para fazer as mudanças necessárias a empresa pode, essencialmente, precisar de duas coisas: dinheiro e energia. Para alguns negócios, a mudança ou a força para crescer esbarra no dinheiro. Mas acredite, ele pode ser uma solução viável, pois podemos recorrer a investimentos, aquisições ou instituições de crédito.
Já à outra alternativa, o primeiro passo é aceitar que é preciso mudar. E muitas empresas ainda estão com os olhos meio fechados para este fato. Podemos pegar como exemplo o período da páscoa. Em uma pesquisa realizada pela The Insiders (2021), 68% das pessoas entrevistadas irão comprar ovos de páscoa, mais da metade vai optar por produtores locais ao invés das grandes marcas e 72% deseja comprar online.
Logo, tanto grandes marcas quanto pequenas vão disputar, ainda mais fortemente, o interesse do consumidor nas próximas semanas. Há pelo menos três oportunidades em vista: as pessoas ainda possuem renda e querem comprar, a regionalidade é um fator considerado na hora da compra e o digital pode impulsionar a oferta. Isso significa que o nosso desejo não mudou, nós ainda queremos ter uma páscoa cheia de doces e alegria, queremos nossa casa mais bonita, ter hábitos mais saudáveis…entre tantas outras coisas. O que mudou é a forma como as empresas e as pessoas estão se relacionando.
Ainda é possível virar a chave? Sim!
Tudo começa com os líderes aceitando a mudança e compreendendo que, mesmo com tamanhas incertezas, é preciso fazer algo novo, diferente. A Teoria da Prosperidade afirma que as pessoas evitam participar de mudanças pelo maior tempo possível, não porque estão com medo do futuro, mas porque não querem perder tudo o que já foi alcançado. É esse sentimento de perda que faz com que o nosso cérebro dificulte o processo de ganho futuro.
“As pessoas evitam participar de mudanças pelo maior tempo possível, não porque estão com medo do futuro, mas porque não querem perder tudo o que já foi alcançado.” — Teoria da Prosperidade
Para quebrar o bloqueio gerado pela incerteza e pelo medo é preciso perceber o poder do ganho. Segundo a teoria mencionada, para que a mudança ocorra, é necessário trazer resultados pelo menos 100% melhores que o estado atual para que se possa enxergar que vale a pena colocar energia nela.
Não é possível prever com certeza o que vai acontecer nos próximos dias ou meses, mas podemos usar destas quatro forças para iniciar a mudança:
- Acesso a informação: quanto maior for o acesso a informações de qualidade sobre cases de mercado, cenário da empresa, estudos, benchmark e outras fontes confiáveis de informação, melhor será a tomada de decisão. O momento exige que saiamos da bolha e olhemos mais para o mundo ao nosso redor. Talvez seja necessário contratar consultorias externas para potencializar a qualidade ou a quantidade de informações para o seu time. Sem boas informações, não há uma boa tomada de decisão.
- Repetição e trabalho em equipe: a mudança não acontece da noite para o dia, ela precisa ser exercitada repetidamente. Quanto mais acessarmos informações, compartilharmos e mantivermos o assunto fresco na memória, melhor será o ambiente para que a transformação aconteça. Por isso, é fundamental que o tema não seja de uma pessoa só, mas de toda a equipe. Nossa sugestão é elencar um grupo de pessoas que coletem, façam a curadoria das informações e as disseminem rapidamente ao restante da empresa.
- Planejamento: com todas as informações na mão e a equipe reunida, elabore um planejamento simples, eficiente e com rápida aplicação. Acredite, somente sair fazendo não vai funcionar. É preciso ordem e um mínimo de constância. Todo processo de mudança tem altos e baixos, por isso precisa ser consistente. Busque por modelos simples ou utilize este aqui.
- Uma história: Como líderes, nós precisamos trabalhar na mensagem, e, por consequência, no legado que nossas empresas querem deixar. As pessoas não vão mudar exclusivamente por causa de números, elas precisam ter uma boa história para contar. Por isso, precisamos envolver todos os nossos times naquilo que queremos que pensem e contem sobre a nossa empresa. Como queremos ser lembrados? A empresa que sobreviveu ou a que se destacou por fazer algo que os outros não fizeram? Ou aquela que faz algo inusitado e inesperadamente positivo?
Em meio à incerteza do que está por vir, temos a oportunidade de trilhar novos caminhos. A mudança é necessária, principalmente para aquelas empresas que estão sendo mais impactadas. Que este seja um convite para que todos os empreendedores juntem suas equipes, conversem de igual para igual e trilhem o caminho que resgate tudo aquilo que já foi conquistado até aqui, e, juntos, despertem o que há de melhor em seus negócios, dando continuidade à construção de suas histórias.
Vamos juntos?