Insights

Clube de Leitura Morama – Ideias para adiar o fim do mundo

Para inspirar esse início de 2022 e trazer uma perspectiva diferente para as discussões da Morama, escolhemos o livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, de Ailton Krenak, para fazer parte das discussões do primeiro mês do ano. O título já é algo instigante e seu conteúdo segue a provocação inicial.

Quatro pontos-chave surgiram em nossa discussão que consideramos ser essenciais e queremos compartilhar com quem quiser se fazer parte. São aprendizados e lembretes para que tenhamos em mente que sempre que falamos de marca, precisamos pensar, nos referir e considerar pessoas, como sociedade mais do que consumidores, mundo como natureza e não como mercadoria.

Pessoas além do consumo

Mesmo com a consciência de que estamos sempre nos relacionando com pessoas, é comum a referência à elas, apenas como consumidores. O autor nos traz a provocação de que é preciso considerar o ser, além do consumo, o cidadão. Afinal viver não se resume ao ato de consumir. “Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea na qual a muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania.” (pg. 24)

Nós como parte da natureza

O que está fora e o que está dentro se encontram. Krenak traz em seu texto o relato de vivências como povo indígena em que tudo o que é natureza é respeitado e considerado. Montanha, rio, pedra, todos tem algo a nos contar. Um dia, em um passeio, o Pedro falou uma frase mais ou menos assim “quando a gente está no meio da natureza, a gente se mistura”… a questão e provocação aqui é que sempre estamos, apenas não percebemos porque nos blindamos e aprendemos que estamos “separados”, quando na verdade a mistura já acontece, todo dia, seja para o bem seja para o mal.

A transformação de tudo em mercadoria

O texto traz uma provocação intensa sobre a forma como transformamos tudo em mercadoria. Esse trecho nos fez pensar no quanto esquecemos que os locais são vivos. A mercantilização excessiva é uma ameaça, mascara e traz frieza para as relações. No momento que transformamos tudo ao nosso redor em um bem comercial, corremos um risco enorme de esquecer das pessoas e da vida que ali vive.

Sonhos como uma força de mudança

Esse é mais um dos pontos que, por vezes, esquecemos ser possível. Krenak traz o sonho como fonte de inspiração, de cura, de soluções que não estão acessíveis ao nosso consciente acordado e imerso no cotidiano. Se permitir sonhar pode ser uma forma de evoluir também, uma prática vista por vários povos como “um caminho de aprendizado, autoconhecimento (…)”.

“Tomara que estes encontros criativos que ainda estamos tendo a oportunidade de manter animem a nossa prática, a nossa ação, e nos deem coragem para sair de uma atitude de negação da vida para um compromisso com a vida, em qualquer lugar, (…)” (pg. 50)

O texto é de uma palestra que o autor, Ailton Krenak ministrou em Portugal. Ele, indígena da região do Rio Doce – em Minas Gerais – território do Povo Krenak, traz conhecimento e informação em forma de palavra escrita e falada. Outra dica de conteúdo inspirador são as Flechas, vídeos curtos que você encontra no canal do YouTube SELVAGEM ciclo de estudos sobre a vida.

 

Esse texto faz parte do Sementes de Morama [micro conteúdos pensados para informar, provocar e movimentar].

Pâmela Cristina Faleiro

14 de fevereiro de 2022

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